HIPNOTERAPIA
A hipnose é reconhecida como valiosa prática médica, subsidiária de diagnóstico ou de tratamento, devendo ser exercida por profissionais devidamente qualificados e sob rigorosos critérios éticos.
A hipnose
- Histórico (extraído de trabalho do dr. Mozart Smyth Junior)
Com uma grande variedade de nomes, a hipnose é utilizada por milênios como uma forma de atuar no comportamento humano. Os antigos egípcios (2.000 ac) já utilizavam empiricamente encantamentos, amuletos, imposição das mãos, sem se darem conta da imaginação e sugestão envolvidas nesses procedimentos.
Anton Mesmer (1734–1815) desenvolveu a tese do "magnetismo animal" e de que o realinhamento das forças gravitacionais poderia restaurar a saúde. Seus discípulos entenderam que o processo essencial envolvido era a "sugestão", algo desenvolvido pelo próprio indivíduo.
Mames Braid (1784–1860) criou o termo hipnose, derivado do grego (hypnos = sono)
James Esdaile (1808–1899) realizou várias intervenções cirúrgicas usando somente a hipnose para produzir efeito anestésico.
Jean Martin Charcot (1825–1893) notabilizou-se pelas curas hipnóticas da histeria, o que levou ao início do estudo científico da hipnose.
Em 1885, Josef Breuer publicou, juntamente com Freud, o famoso caso Anna O. como "Estudo sobre a histeria". A partir daí, Freud iniciou a prática da hipnose, sendo, à época, largamente utilizada na Europa.
O interesse pela hipnose teve seu recrudescimento durante a Primeira e Segunda Guerras Mundiais como forma de tratamento das neuroses traumáticas de guerra.
Nomenclaturas:
HIPNOSE – Estado de estreitamento de consciência provocado artificialmente, parecido com o sono, mas que dele se distingue fisiologicamente pelo aparecimento de uma série de fenômenos espontâneos ou decorrentes de estímulos verbais ou de outra natureza.
HIPNOLOGIA – Estudo da natureza da hipnose e investigação científica de seus fenômenos e repercussões
HIPNOTERAPIA – Terapia feita através da hipnose
HIPNOTISTA – Profissional que pratica a hipnose
HIPNIATRIA – Procedimento ou ato médico que utiliza a hipnose como parte predominante do conjunto terapêutico
DEHIPNOTIZAR – Ato de retirar o paciente do transe hipnótico
- A Hipnose no mundo
A hipnose tem sido usada:
a. Para o alívio da dor, produzindo anestesia ou analgesia;
b. Nos diferentes setores da clínica e cirurgia, notadamente em obstetrícia;
c. Como tranqüilização para o alívio dos estados de ansiedade a apreensão, qualquer que seja a sua causa;
d. Em qualquer condição na qual a psicoterapia possa ser útil;
e. No controle de alguns hábitos (ex: tabagismo);
f. Experimentalmente em qualquer pesquisa, no campo psicológico e/ou neurofisiológico, e outros.
Paralelamente, o mesmo autor indica onde a hipnose não deve ser usada:
a. Na remoção de sintomas, sem primeiro se saber a que finalidade servem;
b. Em qualquer condição onde o estado emocional do paciente não foi determinado;
c. Sem objetivo definido, apenas para satisfazer insistentes pedidos do paciente;
d. Para abolir determinadas sensações, a fadiga por exemplo, o que pode levar o paciente a ir além dos limites de sua capacidade física;
Distúrbios
Da ansiedade
ansiedade em suas diversas formas
estresse
fobias
síndromes pós-traumáticas
Depressão
Alimentares
do sono
Sexuais
Do relacionamento conjugal e familiar
Da personalidade
Doenças psicossomáticas
Síndromes dolorosas agudas e crônicas
Analgesia
Anestesia
Preparo para exames invasivos e durante sua realização
Preparo pré-operatório, no per e pós-operatório
Na abordagem de patologias diversas, em conjunto com as diversas especialidades médicas
Diversas publicações científicas, nas mais diversas áreas, corroboram tais indicações e a eficácia da hipnose como método auxiliar de tratamento:
Dependência de drogas
1. O uso de técnicas de sugestão com adolescentes no tratamento da inalação de cola de sapateiros e abuso de solventes. O’Connor-D in Hum Toxicolo. 1982.
2. Determinantes da sugestão para o tratamento do alcoolismo. Room-R; Bondy-S; Ferris-J from Research and Development Division, Addiction Research Foundation, Toronto, Ontario, Canada in Addiction. 1996.
Fonte: CFM - Brasil